Os Louvores das Criaturas
São Francisco de Assis, Santo, 1182 – 1226
“Irmã Clara e vós, meus irmãos, ouvi a canção que me foi dada nas minhas provações para maior glória do Pai e como consolação para todos os homens”, disse ele alegremente. E então começou a cantar a canção em que ele, que estava prestes a deixar o mundo, agradecia a seu Deus mais uma vez o esplendor de sua criação:
“Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
A Ti glória, louvor, honras e bênção:
Pois só Tu as mereces
E nenhum homem é digno de dizer o Teu nome.
Sê louvado, Senhor meu, com todas as Tuas criaturas,
E mais que todos pelo senhor irmão Sol,
Que o dia produz e a luz nos dá.
Ele é belo, radioso e cheio de esplendor:
Uma amostra de Ti, Senhor.
Sê louvado, Senhor meu,
Por causa da irmã Lua e das estrelas:
Lá no céu as formaste, belas e luminosas.
Sê louvado, Senhor meu, pelo irmão Vento,
E pelo ar e pela nuvem e por todas as estações,
Pelas quais alimentas todas as Tuas criaturas.
Sê louvado, Senhor meu, pela irmã Água,
Tão útil, tão humilde e preciosa e casta.
Sê louvado, Senhor meu, pela irmão Fogo,
Com o qual as noites iluminas.
Ele é belo e alegre e tão robusto e forte.
Sê louvado, Senhor meu, por nossa mãe Terra,
Que nos sustenta e conserva e produz para nós
Ervas, frutos diversos e coloridas flores.
Louvai, agradecei e bendizei ao Senhor.
E a Ele servi, com grande humildade.”
Referência
Os santos que abalaram o mundo / René Fülöp-Miller; tradução de Oscar Mendes. – 19ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2011. (pág. 265-266)